Sempre que conto a história de como o
DECORACASA começou, conto que tinha me mudado para este apartamento, não tinha dinheiro para decorá-lo como queria e que meu consolo era transformar pequenos espaços, resgatar pequenos objetos que me aquecessem a alma e o coração.
Brinco que tornei-me especialista em tirar fotos em close, de detalhes, pois estes mostravam as únicas coisas que me eram totalmente próprias, porque o entorno em geral não me traduzia.
Agora, passada toda a
reforma, posso dizer que a casa tem muito mais da minha alma.
Mas não deixo de atentar aos detalhes, as pequenas coisas.
Talvez tanto tempo de olhar direcionado à elas tenha me tornado viciada.
Mas prefiro dizer que isto tenha me deixado mais sensível.
Mais sensível à detalhes da vida.
Como aquele pequeno sorriso que lhe é reservado a cada menção de “bom dia”.
Como aquelas palavras que chegam por mensagem em sua caixa postal.
Como a atenção dispensada quando apenas perguntamos “que horas são?” para alguém na rua.
São estas.
As pequenas delicadezas.
Que vem de coisas cotidianas e transformam o nosso caminhar em algo mais suave.
São estas delicadezas que nos ajudam a caminhar.
Que acalentam o nosso coração costurado – sim, meu pequeno levou três pontos na orelha na segunda feira de carnaval – que o fazem bater forte.
As fotos retratam cinzeiros (!) com imagens antigas de trens e carros de fórmula 1. Eram da minha mãe.
Por mais
demodée que estas peças sejam, elas encaixam-se perfeitamente em minha casa
(estão no aparador, junto do açucareiro).
E em minha vida.
Beijoca.