[crianças]

leitura


Esta semana houve uma coincidência interessante. Estava revendo a postagem sobre livros na decoração e recebi um email da escola falando sobre a biblioteca circulante. Ele trazia o texto abaixo, que achei bem interessante e, desta forma, resolvi compartilhá-lo aqui.

Boa leitura!

“Leitura – Importante e Gostosa

 Ana Maria Machado

Criança adora história. E não apenas porque é gostoso. As razões são muito mais profundas. Têm a ver com a felicidade pessoal e com toda a história humana. 
Os cientistas concluíram que o que fez o ser humano, como espécie, se distinguir dos animais não foi o fato de andar em dois pés (outros bichos andam), de ter crânio maior ou de desenvolver uma linguagem (golfinho e abelha também se comunicam). O que nos faz ser gente é a expressão simbólica. Ou seja: expressar uma coisa que significa outra – como pintar, representar, narrar. 
Desde as pinturas em cavernas, aparece a situação em que alguém conta uma história enquanto outros se reúnem em volta para ouvir. Não sabemos que histórias eram essas, mas sabemos que eram contadas e apreciadas. E, pelo que sabemos das histórias de hoje, podemos ter certeza de que elas eram feitas de memória e imaginação. Lembranças de episódios vividos, invenção de fatos não vivenciados, mas sonhados ou temidos. Ao serem contados – oralmente ou por escrito – cumprem uma dupla função. No plano concreto, transmitem uma experiência. 
No abstrato, exorcizam medos, canalizam desejos, projetam planos. No conjunto, acabam desempenhando todos esses papéis (e muito mais), misturados, em doses diferentes, conforme o ouvinte, as circunstâncias, o narrador, a maneira de contar, os elementos da própria história… 
Outra coisa: o ser humano é a única espécie que tem a consciência da biografia. A idéia de que a vida pode ser contada, com uma memória do passado e uma sucessão de experiências. Mais que isso, existe implícita a noção (ou a vontade) de que tudo isso se encaminhe para alguma forma de sentido. Daí nossa obsessão com histórias, nossa exigência de narrativa. Nossa sede de leitura. 
Todo mundo precisa de doses diárias de narração, alimento do espírito, como precisa de água ou comida, alimento do corpo. As histórias sempre cumpriram esse papel. História faz falta. A narrativa de ficção é feita com palavras, deixando a ação de imagem (a imaginação, imagem em ação) por conta do leitor/ouvinte. E, ao não pretender ser real, estabelece um pacto com o leitor, que o obriga a uma atividade mental de buscar conexões daquela história com sua experiência vivida. No seu tempo. Fazendo pausas, voltando atrás, relendo… 
Como na vida moderna muitas vezes se perdeu o convívio com o livro, ler histórias para as crianças se torna ainda mais importante. É uma maneira de transmitir o gosto pela leitura e passar para elas parte do patrimônio cultural universal que a humanidade vem acumulando há milênios – um direito que cada um tem, como herdeiro desse tesouro. Mas é também uma forma de mostrar que histórias existem, se guardam em livros, e estão ao alcance de todos que abram as páginas à sua procura. 
A criança acostumada a conviver com livros saberá sempre onde procurar o que precisa para satisfazer sua inevitável demanda da palavra escrita e da narrativa de ficção. 
De quebra, para quem conta, fica um prêmio. Poucas recordações futuras serão tão doces quanto a lembrança dos olhinhos brilhantes de uma criança querida ouvindo uma boa história. Não se negue essa alegria. Conte histórias, leia histórias em voz alta, dê livros bons para as crianças lerem sozinhas.
O futuro agradece. 
O seu, o delas, o da humanidade. “
(Texto retirado do Jornal Furabolo, da Fundação Cargill – nº 2 – Fevereiro/Março de 2001)

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