Sabe aquelas receitas que pairam em nosso inconsciente com sabor de infância? Aquelas que dão uma saudade boa pelo gosto na boca e mais ainda pelo calor no coração? Com a salsa verde é assim.
Já disse por aqui que domingo era dia oficial de risoto na minha casa. Enquanto íamos à missa, minha avó ficava na cozinha preparando o brodo de músculo cozido com cebola e alecrim enquanto assistia as belas corridas de fórmula 1 na qual o Senna reinava majestoso (sim, porque apesar de italiana da gema a nonna admirava muito o nosso Ayrton)
O açafrão vinha “contrabandeado” por cartas do correio – sempre me lembro dos pequenos envelopes da Tre Cuochi chegando. Era ouro puro. Quando algum amigo viajava, por vezes, além do zafferano também vinha de presente um pacotinho de funghi porcini.
O ritual de domingo era uma festa, daquelas que a gente nem repara porque está tão arraigada em nosso cotidiano que os olhos enxergam como coisa normal.
Hoje a mamma mora no céu. A nonna mora aqui na terra mas muito distante do que foi um dia e o Senna da vez é o sobrinho.
Mas as lembranças moram vivas em mim. Ontem resolvi que era dia de risoto milanese porque, afinal de contas, era domingo.
Não contrabandeei o açafrão – agora posso comprá-lo convenientemente no supermercado.
Maridex comprou a salsinha e o alho porque como acompanhamento faria a salsa verde da nonna.
E a receita veio para o blog hoje (moderno, né?)
Pode ser servida com o risoto, com carnes e também produz uma torradinha aperitivo maravilhosa!
Beijoca