“A danada da preguiça pode ser uma doencinha que pega nos adultos e também nas criancinhas…”
(Sai Preguiça – Maria Celeste da Silva)
A classe da minha pequena ensaiou e gravou esta música – sai preguiça – para o cd que fazem todos os anos na escola em 2011. Ela gostou muito e cantou a exaustão.
E fui reparando na letra. E concordando com ela.
No final do ano também li o
último livro da Danuza. Ao longo das páginas ela fala das vantagens e nuances de morar sozinha. Lembro de passagens que citavam a geladeira vazia, sair para fazer hortifrutti e comprar três tomates, a falta de motivo para fazer comida só para uma pessoa ou que “você poderia até desmaiar, mas ao menos emagrece”.O estilo de escrever da Danuza é único e coloca tudo sobre uma perspectiva leve. Porém, enquanto lia, me identifiquei muito com as estas passagens. Quando eu morava sozinha aqui na capital era isto mesmo que eu sentia: uma enorme preguiça em armar o circo para comer sozinha (sem nenhum eufemismo, ok?)
Passei os últimos dias bem solitária. Despachei os filhos para as férias (afinal, eles merecem) enquanto fiquei trabalhando muito. E, então, anos depois de tudo, me encontrei novamente com a tal da preguiça.
O que eu iria fazer para o almoço? Era melhor ficar direto no computador e deletar a fome?
Foi aí lembrei da musiquinha. Fiz um banquete? Não apenas uma bruschetta de tomate caprichada, com alho e manjericão e uns tomates recheados com cottage, cebola e salsinha.
Alguns minutinhos de forno elétrico e prato montado.
Balanceado e nutritivo? Não, em definitivo.
Mas uma bela companhia para uma taça de espumante rosê.
Porque a gente merece um carinho, um pequeno luxo, todos os dias da nossa vida.
Beijoca.
