A boa nova das minhas férias é que estou cada vez mais íntima da furadeira. Nunca pensei que iria fazer tantos furos, pendurar tantas coisas e me sentir muito livre para fazer o que eu bem quisesse. Nota 10 para a aquisição desta habilidade.
Foi aí que chegou minha sogra e pediu para que eu pendurasse uns quadros – na verdade 18 (!) – na casa nova dela. Vamos lá, desafio dado, desafio topado.
A maior questão era a sala de estar, que tem um pé direito bem alto. Ela não tinha nenhum quadro bem grande, de “peso” para alocar atrás do sofá que fica bem em frente à porta de entrada. Mas em compensação tinha uma série de paisagens que foi comprando em diferentes momentos da vida.
Primeira análise: a série de quadros conversa? Tem algo em comum? Ao responder esta pergunta temos que ter em mente qual é a linha mestra que une os quadros. Eles não precisam ser exatamente iguais nem em tamanho, nem em molduras – mas podem ter a mesma temática (paisagens pintadas em óleo no caso da sogra). Podem ter em comum somente a moldura, ou podem ser muito distintos, mas ter todos o mesmo tamanho. Sabendo o que há em comum é o que irá guiar a composição.
Feito isto, vamos delimitar o espaço: isto é importante para mostrar que o arranjo foi feito com “intenção”, que houve um raciocínio sob estas escolhas e para que eles não pareçam soltos ao acaso. Nosso cérebro processa estas mensagens de ordem, de intenção e nos proporciona o sentimento de “bem feito” ao final de um trabalho.
No caso da sala da minha sogra, o limitador físico para a composição dos quadros foi a medida do espaldar do sofá – ele criou duas barreiras imaginárias que delimitam a composição.
Próximo passo: definir o arranjo. Com o espaço delimitado, agora é organizar os quadros dentro dele. Vale pedir ajuda aos amigos/parentes para que eles segurem as molduras enquanto você observa o resultado, se estiver sozinho, vale recortar papel craft na dimensão dos quadros e testar a composição na parede colando os recortes com fita crepe na parede.
Dois pontos importantes: sempre teste antes de furar e observe o resultado da prévia de longe – você terá uma visão mais macro que permitirá analisar com maior clareza.
No arranjo que montei o ponto de partida foram as duas maiores pinturas: elas ficaram na diagonal do meu “retângulo imaginário” que foi posteriormente preenchido com as duas pinturas menores.
Ao fazer o estudo da composição também é importante levar em consideração algumas distâncias importantes, como mostrado na foto abaixo:
Feito isto, mãos à obra: furadeira com broca e buchas adequadas, basta marcar os locais de furo e, efetivamente, furar.
Sim, dá mais trabalho do que simplesmente colocar um único quadro na parede. Mas o esforço compensa com um resultado visual harmônico, instigante e agradável aos olhos.
Sempre vale tentar!
Beijo grande