Algumas lembranças voltam para a minha mente sem pedir licença. Ficam guardadas em meu coração e minha mente bem escondidas, mas quando voltam, chegam com força. Há alguns meses venho relembrando a história do câncer e da mastectomia da minha mãe com meu marido sem razão aparente.
Quando d. Ornella tirou o seio direito eu tinha 13 para 14 anos. Era uma princesa mimada em um castelo encantado, dona de quase tudo o que podia ter e estava ao alcance dos meus pais. Não entendia direito o que acontecia, mas via a tristeza estampada no olhar e nas atitudes de todos ao meu redor.
Depois da cirurgia, além da cicatriz enorme no corpo (e na alma), minha mãe viu os pontos se abrirem e uma enorme ferida aberta brotar em seu peito. Foi difícil contê-la e eu me lembro até de colocarmos açúcar cristal como tentativa de promover a cicatrização. Quanta dor, quanto simbolismo. A ferida fechou, as marcas ficaram.
Minha mãe não tinha prótese mamária.
Foi conversar com uma prima do meu pai (mastectomizada também) que lhe indicou: “faça um saco de tecido e preencha com painço”. Sim, comida de passarinho para “tapar o buraco”. Como minha mãe tinha seios pequenos – como os meus – remendava a situação com um punhado de gazes hospitalares, às vezes um pouco de algodão. E assim se passaram 7 anos. Quando ela teve voz novamente e quis fazer a cirurgia de reconstrução, a recidiva do câncer a levou de vez. Estava tomada e, em 9 meses, morta.
Desta história, além das lágrimas que me escorrem enquanto escrevo, herdo duas coisas:
Quando escuto a Sonia Ceneviva, uma das protagonistas do vídeo de abertura do post, dizer que “colocar uma prótese em uma mulher que tirou a mama não tem preço, nós vamos fazer a diferença na vida desta pessoa” entendo (quase) na pele o que é isto. Meu coração bate – e dói.
A Associação Sempre Viva, que doa as próteses, é uma das ONGs que faz parte do Movimento Natura.
O Movimento Natura é uma plataforma online de colaboração social. A iniciativa tem como objetivo identificar e promover projetos socioambientais relevantes e contribuir para que eles cresçam e sejam levados a diante por meio da conexão com voluntários que ajudarão doando seu tempo, habilidades e conhecimentos. Para participar é bem fácil, tanto como voluntário ou inscrevendo uma iniciativa. Basta entrar na plataforma e seguir os passos indicados abaixo:
Um caso de sucesso é o do projeto Rapunzel Solidária, uma iniciativa que arrecada doações de cabelo por todo Brasil para a fabricação de perucas e distribui para pacientes com câncer. A iniciativa recebe cerca de 500 doações de cabelo por mês e já doou mais de 100 perucas, o equivalente a 300 mil reais. Por meio do Movimento Natura, se conectou a novos voluntários, inclusive salões de cabelereiros que receberam o selo “salão amigo” por ajudarem com essa grande causa.
Esta não é uma postagem patrocinada para “fazer propaganda da Natura”. É um post de consciência, porque acredito que posso fazer a diferença ao divulgar uma iniciativa como esta. Talvez algum de vocês que me acompanhe do outro lado da tela fique tocado, cadastre sua iniciativa ou voluntarie-se. Ou mesmo conte sobre esta iniciativa para outro alguém.
É o primeiro passo para fazer uma corrente do bem acontecer. Para finalizar, novamente uso as palavras da Sonia:
“Você viu como as coisas se enrolam e (tudo) vai virando um novelo que a gente vai puxando, puxando… e vai se tornando realidade?”
Obrigada por ter acompanhado minhas linhas.
Um beijo grande,
Seguem os dois links diretos do YouTube para que você possa assistir aos vídeos caso seu navegador não permita a incorporação no corpo da mensagem 😉
https://www.youtube.com/watch?v=NVq5s-TgIVw&feature=youtu.be
https://www.youtube.com/watch?v=LBUjoBOCObc&feature=youtu.be