Sábado passado aconteceu a primeira festa junina na escola nova da pequena.
Pela primeira vez teríamos uma festa aberta, com a participação dos pais (na escola anterior as festas eram “fechadas”para as crianças e professores).
A ansiedade e a mobilização eram grandes. A pequena queria viver tudo com intensidade, da preparação das prendas (dei uma sorte danada, tínhamos que contribuir na barraca “Feito à mão”:) à escolha da roupa para dançar a “Ciranda de Tarituba”. Senti que foi um ritual de passagem, um passo em direção à vida adulta, às novas relações e responsabilidades da minha filha.
Eu me envolvi completamente no processo, porque lá nos primórdios, enquanto eu era executiva e muito antes de engravidar, era o que eu tinha desejado: vivenciar a minha maternidade. Agora, passados mais de 7 anos do resultado positivo do
beta HCG, eu não estava só à disposição da barriga, também em transformei como mulher e profissional. E nesta semana eu tinha um compromisso de trabalho
muito bacana, que iria me levar para longe durante alguns dias, chegando à tempo da dança da ciranda.
Declinei.
Mas meu coração me dava razão. Coerência, para mim, seria viver este momento singelo de ser mãe. Desejei isto por mais de 7 anos e sei que este pequeno momento não volta mais.
As crianças crescem, o tempo passa, o dinheiro vai e vem.
Nossas memórias ficam enquanto o nosso coração pulsa.
Para resumir a história: comprei a saia longa sozinha, mas a camiseta branca, os sapatos e as flores para o cabelo foram escolhidos juntos. Levei prendas feitas por mim para a escola e a pequena, com orgulho, mostrava para as amigas e professoras e dizia que tinha ajudado em algumas delas. Passamos a manhã de sexta fazendo juntas um
brownie integral –
que coloquei em uma forma muito grande e ficou baixo – e compramos juntas todos os ingredientes para fazer a paçoquinha de colher. Só não fizemos isto também porque a pequena tinha que ir para a escola
(quem preparou tudo divinamente foi a Maria, obrigada).
Gastei bem mais do que se tivesse comprado uma caixa de paçocas e outra de pé de moleque. Mas voltando para a história da coerência, vamos fazer os quitutes!
Não era eu quem sempre quis ter uma casa com cheiro de comida de dar água na boca, porque a comida da infância é que cria a memória gustativa/afetiva do comer?
Ser coerente, para mim, era ir assistí-la dançar, crescida com seu batonzão vermelho. Mas antes ter vivido plenamente todos estes momentos.
Porque, ao final, a gente constata que o tempo passou.
E que eu já estou com saudades daquele sábado de dança, precedido de tantos preparativos, enquanto choro e escrevo estas linhas.
Um beijo grande
A receita da paçoquinha de colher (maravilhosa e super fácil) é da Laura Estima, da Doce de Laura:
Ingredientes
(para 20 porções)
2 lata(s) de leite condensado
2 colher(es) de sopa de margarina
2 gemas
1 xícara(s) de chá de amendoim torrado e moído sem casca
Modo de preparo
Junte todos os ingredientes em uma panela de fundo grosso (eu uso a de pressão) e leve ao fogo. Deixe ferver, mexendo sempre. Ao apurar, a mistura dá uma ligeira encorpada. Quando estiver nesse ponto, retire do fogo. Em seguida, despeje a paçoquinha em copos plásticos transparentes ou copinhos de cachaça. Decore com amendoim e sirva com uma colher de chá.
Um beijo,
