Ontem, quando cheguei em casa com as crianças, estávamos sem luz – e provavelmente há muito tempo, porque minhas lâmpadas de emergência já estavam descarregadas. Fomos para um shopping jantar porque esta é a solução mais prática e que eu me permito toda vez que isto acontece. Sem estresse de escuro, de procurar o fósforo para acender o fogão, sem medo e, definitivamente, sem peso na consciência.
A “desventura” gerou uma noite deliciosa e divertida.
Que por sua vez gerou uma manhã preguiçosa, com crianças acordando mais tarde e com menos tempo para fazer a lição de casa. Em especial o meu filho, que entraria mais cedo na escola por causa do período estendido.
Vou e abro a pasta da lição com o pequeno rezando para que fosse algo rápido e simples – mas não era (óbvio).
Pintura, recorte, colagem e mais pintura. E uma mãe desesperada, quando se dá conta que a criança pega na mão todos os lápis de cor possíveis e imagináveis para pintar a tal lição com detalhes.
“Vai, filho, foca na lição!” “Faça mais rápido, vamos lá!” … fico até cansada em pensar tudo o que falei para tentar (sem sucesso) apressar o processo. Até que, em um ato de desabafo, posto no Facebook a seguinte frase:
E, como mágica, comecei a receber mensagens de solidariedade virtual. Amigas queridas escrevendo que entendiam sim, outras dizendo para aproveitar porque o tempo passava rápido e que eu teria saudades desta fase – e, confesso, que fiquei muita mais calma e consolada.
Saldo da histórias? 15 minutos de atraso na escola semi militar para o filho e uma alma leve para a mãe.
Em geral eu tendo a não colocar reclamações nem desabafos nas redes sociais, nem aqui, para não “gravar na pedra” algo ruim que vai somente nos magoar quando formos reler. Mas desta vez foi diferente; usei a rede para “socializar” e gostei do resultado. Mas até então não achei que valeria um post a respeito. Até que mais uma coincidência (sincronicidade?) aparece …
Posto no Instagram uma foto de uma garrafa de cerveja, falando que comprei no supermercado só por causa da embalagem simpática. E em menos de 5 minutos, descubro que a tal cerveja é uma das melhores do mundo porque uma alma caridosa me explica isto, gentilmente, sem nada em troca. Só pelo prazer de me informar, de ser solidário, gentil.
E o estalo da vida, para mim, é este: vamos ser mais humanos em nossas relações.
Pequenos atos de gentileza, ou delicadeza, sempre caem bem e aquecem nossa alma. Seja de forma virtual ou presencial. Não custa nada ser simpático, solidário ou dirigir palavras afáveis – o que pode acontecer, ao invés disto, é melhorar o dia de um pessoa, arrancar um sorriso, desanuviar uma situação. Obrigada pelas humanidades de hoje!
Beijo grande