Acho o máximo cozinhar, principalmente todo o ritual que acompanha o processo mesmo que não seja uma expert no assunto. Certa vez, assisti a uma palestra da Regina Shakti onde ela dizia que nossas mãos tem poder. Creio que em tudo que colocamos nossas mãos, colocamos nosso coração e nossa energia.
Também gosto de curiosidades sobre comidas e termos. Por isto, divido o que recebi com vocês.
O texto combina com o friozinho que se instalou em Sampa – thanks God, it is raining!
Beijoca!
Fondue – derretendo os paladares
Por Marcelo Copello
“Recomenda-se a fondue para jantares formais que logo ficam informais , para conferências de cúpulas entre o Oriente e o Ocidente e para casais brigados que querem fazer as pazes . Neste caso é preciso haver um firme desejo de paz , senão pode dar confusão com os garfinhos, outra briga e cuidado o óleo fervendo!” Luiz Fernando Veríssimo
Em um jogo de associação de palavras seria natural a seqüência: inverno –> frio -> vinho -> fondue!
Mesmo acreditando que para os leitores da revista Adega, militantes das brigadas de Baco como eu, para lembrar de vinho basta a palavra “vida”, uma coisa é certa: “fondue” sempre evocará vinho.
Fondue é mais que um prato, é um verdadeiro ritual e o vinho é parte inseparável desta liturgia. Se é inimaginável uma fondue sem vinho, qual então é então o vinho ideal? Esta é a pergunta que responderemos neste jantar.
Antes de prosseguir é bom explicar que esta receita nasceu na Suíça francesa e a palavra “fondue” é feminina (“a” fondue e não “o” fondue”) e significa “fundida” ou “derretida”. A receita mais antiga desta “massa fundida” encontra-se em um livro de cozinha escrito em Zurique em 1699. Existem várias versões da origem da fondue, a mais aceita se situa na Idade Média , cerca de sete séculos atrás , nos Alpes da Suíça , como conseqüência de uma superprodução de queijos . Os produtores para melhor conservarem o queijo à espera de uma nova temporada derreteram “fortificaram” a massa com kirsch (destilado de cerejas), que assim, depois de re-enrijecida pelo frio duraria mais. No meio desta experiência, então inédita, um cidadão que mereceria uma estátua no centro de Genebra se seu nome não tivesse sido injustamente esquecido pela história, espetou um pedaço de pão em haste para provar a poção e… o resto são crônicas do Veríssimo!