Já fazia um bom tempo que eu havia comprado estas borboletas de pena.
Há umas semanas minha filha viu a caixinha e se encantou.
Falei para ela: “Pode ficar, são suas.” E assim migraram para borboletear pelo quarto da pequena.
Ontem tive um estalo.
Combinei com a pequena que na volta da escola faríamos algo de bonito no quarto dela.
Toda animada, a pequena chegou com suas mãozinhas e começou a manusear as borboletas.
Borboletas daqui, borboletas dali… milhões de borboletas e idéias.
Então apresento minha proposta:
“Que tal colarmos as borboletas na parede com cola quente, como se estivessem em uma revoada?“
Eis que recebo a seguinte resposta:
“Não. Não quero.“
Honestamente, não esperava por esta.
Principalmente porque todo o projeto do quarto dela foi feito por mim.
Detalhe por detalhe. Cada coisa mega pensada.
(Na verdade, o quarto dela foi feito PARA mim.)
Argumentei com todas as minhas forças e palavras, mas nada de convencer a menina a mudar de idéia. O ponto final foi dado com a seguinte sentença:
“Mãe, este é o MEU quarto.“
Nocaute.
Ela tem razão.
“E aí, filha? O que você quer fazer?”
“Quero colocar as borboletas nas letras que estão na parede. Podemos colar com cola quente, você mexe na cola, mas eu mostro onde elas devem ficar.“
E assim foi feito.
Procuro criar meus filhos com liberdade e opinião.
Procuro sempre que eles busquem a felicidade como objetivo na vida.
Vejo agora que minha pequena já trilha seus caminhos com passos próprios, dentro de seus limites e possibilidades atuais.
E me sinto realizada em parte desta tarefa mesmo sabendo que a caminhada ainda é longa e dura.
E fico feliz por constatar que ela cresceu.
(mas confesso que ainda fico com uma pontinha de incômodo ao ver que não dito mais 100% das regras…)
Beijoca