[Como Decorar]

herança


Por mais evoluída que seja a arte de cozinhar, por mais apetrechos modernos, tecnológicos e siliconizados que apareçam, uma colher de pau é sempre necessária.

Sim, já ouvi dizer que nela podem se acumular bactérias e outros maus elementos.
Sim, ela fica queimada com o uso.
Mas para mim ela é lei.
De quando em quando, assistindo a programas de culinária ouço a televisão dizer: ” Agora, pegue uma colher de pau…” (e aí acho que não sou a única que penso assim)

Não sou gourmet profissional nem chef, apenas me arrisco em receitas que me seduzem.
Cada vez mais me sinto encantada pelo fogão, seus aromas e temperos e seus recheios doces.
E por isto tenho uma lata cheia de colheres de pau – e uma de bambu (mais “moderna“, digamos assim) – postada entre a pia e o fogão – o feng shui diz que é preciso ter a madeira entre a água e o fogo para que esta não apague a prosperidade (tem uma postagem linda da Hazel a respeito) .


Também me lembro de uma história que presenciei, com uma amiga da minha mãe. 
Ela havia casado com um senhor viúvo e assumido os três filhos do casamento anterior antes de ter sua cria “própria”. O tempo passou entre turbulências e bonanças – como a vida de todos nós – e em uma determinada altura do campeonato a filha mais nova decidiu tomar as rédeas da vida em suas próprias mãos e foi morar junto com o então namorado. 
A família ficou escandalizada, em especial a tal amiga da minha mãe. 
Em uma confusão de sentimentos, na saída da moça, a madrasta a presenteou com a colher de pau da mãe da menina para que ela estabelecesse sua casa e sua cozinha no alicerce da tal colher.
Achei simbólico e sempre fico com esta história em minha cabeça.

Tanto que logo que pude, fui à casa do meu pai roubar a colher de pau preferida da minha mãe.

Eu a trouxe aqui para casa, para dar um toque de família aos meus pratos, apesar de deixá-la quase cem por cento do tempo nas mãos da cozinheira.

Hoje, para preparar a postagem, roubei a colher novamente.

Da cozinha para o meu escritório.
E aqui ela ficará.

Com seu cabo curto, seus riscos e seus queimados, marcas da sua história.

Só sai para preparar pratos comigo, porque dela saem os melhores brigadeiros do mundo (aqueles que estão em minha memória afetiva).
E porque ela é minha herança, de fato e de direito.
Beijoca.

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