Para mim, não há acaso – o que existe são encontros programados para tornar a nossa vida muito mais interessante. Basta prestar atenção nos detalhes da vida.
Muito “por acaso” a Paula apareceu em meu caminho ao sentar-se na mesa em frente à minha, no meio da sua rotatividade do programa de trainees. Apesar de sermos contemporâneas na mesma universidade e freqüentarmos cursos “primos”, não me lembro de tê-la visto anteriormente no campus. Para mim, o dia do nosso primeiro encontro foi no escritório da Editora Abril. Eu era a ex-trainee fixa na área de desenvolvimento de novos negócios, que acreditava estar no caminho rumo ao topo corporativo – que piada, cá entre nós! – e a Paula era a trainee da turma seguinte que passava pela minha área.
O tempo passou e nós ficamos amigas, muito amigas. Eu, com a minha loucura, desencontro e reencontro – porque a história do topo corporativo virou poeira. Ela, com sua doçura e determinação, no topo do mundo corporativo sim – e lá em Londres. Uma pessoa que venceu e vence a cada dia, independente das adversidades e dos obstáculos que sempre conspiravam contra. Ela é uma das pessoas que eu mais estimo e admiro neste mundo, uma das pessoas das que eu mais me orgulho. Minha amiga de verdade, mesmo se a gente se vê ao vivo e em cores a cada dois anos ou se fala com poucas palavras via email.
E, para a minha surpresa, um dia descobri que ela recebia as postagens do DECORACASAS por email – e as linhas que escrevo por aqui viraram pretexto para mais algumas trocas de ideias. Depois de receber a postagem da segunda, sobre o ciclo de vida da Cica, a Paula me escreveu dizendo que havia se lembrado de um texto que a sua mãe, Sônia, tinha postado no blog dela. Pedi o link para ler o tal texto e eu, que encontrei dona Sônia por no máximo duas vezes na vida e já tinha uma enorme admiração por ela ser a “mãe da Paula”, fiquei encantada. Abaixo, eu transcrevo as palavras que desencadearam toda esta história, mas não posso deixar de dizer que vale uma visita ao Psicologia pelo Avesso para ler tudo de bom que há lá.
Beijo grande
A sabedoria da águia
A águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie.
Chega a viver cerca de 70 anos. Porém, para chegar a essa idade, aos 40 anos, ela precisa tomar uma séria e difícil decisão.
Aos 40 anos, suas unhas estão compridas e flexíveis e já não conseguem mais agarrar as presas, das quais se alimenta.O bico, alongado e pontiagudo, se curva. Apontando contra o peito, estão as asas, envelhecidas e pesadas, em função da grossura das penas, e, voar, aos 40 anos, já é bem difícil!
Nessa situação a águia só tem duas alternativas: deixar-se morrer… ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar 150 dias. Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e lá recolher-se, em um ninho que esteja próximo a um paredão.Um lugar de onde, para retornar, ela necessite dar um vôo firme e pleno.
Ao encontrar esse lugar, a águia começa a bater o bico contra a parede até conseguir arrancá-lo, enfrentando, corajosamente, a dor que essa atitude acarreta. Espera nascer um novo bico, com o qual irá arrancar as suas velhas unhas.Com as novas unhas ela passa a arrancar as velhas penas. E só após cinco meses, “renascida”, sai para o famoso vôo de renovação, para viver, então, por mais 30 anos.
Muitas vezes, em nossas vidas, temos que nos resguardar, por algum tempo, e começar um processo de renovação. Devemos nos desprender das (más) lembranças, (maus) costumes, e, outras situações que nos causam dissabores, para que continuemos a voar. Um voo de vitória. Somente quando livres do peso do passado (pesado), poderemos aproveitar o resultado valioso que uma renovação sempre traz. Destrua, pois, o bico do ressentimento, arranque as unhas do medo, retire as penas das suas asas dos maus pensamentos e alce um lindo vôo para uma nova vida.
Um vôo de vida nova e feliz.
(autor desconhecido)