Vamos entrar?
Logo na entrada os vasinhos de flores fazem notar que se trata de uma casa feminina, com muitos detalhes. O projeto da casa usa muita madeira e vidro das mais variadas formas. Note o desenho geométrico da porta.
Assim que se passa a porta, nota-se a chapeleira com os chapéus usados para caminhada diária da proprietária, bem como guarda-chuvas providenciais. O charme extra fica para a bengala antiga.
A cristaleira antiga abriga no centro uma poncheira de cristal e é ladeada por graciosas cadeiras de palhinha com almofadas que trazem um toque do cor ao ambiente.
O bacana é que a casa tem poucos armários e isto coloca quase todas as peças à mostra – e o mais legal: em uso. Uma vez pude ver a proprietária chegar com presentes, logo desembrulhá-los e procurar o lugar mais propício para eles ficarem à mostra e em uso. Isto faz toda a diferença.
Parceiro da cristaleira outro móvel antigo faz às vezes de bar. No cachepô de madeira uma zamioculca(Zamioculcas zamiifolia), plenamente adaptada e na parede um quadro com fotografias. Na extremidade oposta da sala um lírio da paz (Spathiphylum wallisii) cresce em uma floreira de alvenaria e se vale da iluminação fornecida pela janela vertical.
No aparador de madeira de demolição, fotos de momentos especiais ladeadas por flores. Não é muito bacana ter à vista momentos gostosos da vida?
E por falar em fotos, elas estão por toda parte da casa – contrariando esta nova “máxima decorativa” que dita que elas devem ficar reservadas à área íntima. Ao meu ver esta profusão de imagens por toda à casa tem bossa própria e divide um pouco da história de quem lá viveu. Muito bacana e bem cuidada. Há porta retratos de todos os tipos mas por trazer imagens marcantes eles harmonizam perfeitamente entre si.
Refletindo seu tempo a sala de estar tem móveis de alvenaria. Sua rigidez é quebrada com peças quentes, como a mesa de centro de madeira de demolição, as poltronas de couros herdadas com almofadas em crochê e o toque de cor na lareira.
Atrás da lareira, há um pátio interno onde moram felizes várias orquídeas suspensas em um pergolado, além de samambaias e chifres de veado. Não é demais?
Agora o que mais me encanta realmente nesta casa são os detalhes.
Quem mais do que uma mulher para emoldurar a foto de suas filhas em um porta retrato que diz “family” e adornar seu entorno com estes mini cachepôs de rosas?
E colocar copos vermelhos em uma bandeja de prata para dar um toque de irreverência e humor ao dècor?
Cortina arrematada por um grande barrado em crochê. Não dá uma sensação genuína de lar?
A alquimia de peças desta casa dá alma a seu projeto. Um testemunho vivo de que misturar com bom gosto dá certo.
Por este motivo entende-se porque a casa das quatro mulheres é uma casa cheia de alegria e harmonia.
Agradeço enormemente à proprietária desta casa pela gentileza e permissão em realizar estas fotografias.
Uma beijoca.