Minha mãe comprava vários frufrus para a casa dela. Teve uma época das miniaturas, outra das coisas rústicas, outra dos vasinhos orientais… Numa dessas levas foi que ela comprou na Tok&Stok alguns vasinhos de cerâmica esmaltada que colocava como enfeite em algumas mesas casa afora.
Óbvio que com a morte dela e com o entra-e-sai de empregadas na casa várias coisas se perderam.
Algumas (poucas) sobreviveram.
Eis que chega meu pequeno, do alto de seus dois anos e meio de idade e se encanta com um dos vasinhos. E vai para lá e para cá com o tal vaso totalmente displicente aos avisos de “não mexa aí!”.
Bem, o fato que se deu foi que um dos vasos quebrou. Nas mãos dele.
Eu fiquei muito, mas muito brava. Dei-lhe uma bronca como ele nunca havia tomado.
E restei assim. Com o coração e com o vaso em cacos. (Sim, porque coração de mãe quando bronqueia demais o filho despedaça junto)
E aí olho para os cacos e lembro-me de uma idéia de plantar orquídeas em cacos de vasos quebrados.
Sei que o Feng Shui não recomenda que fiquemos com as coisas quebradas. A mestra do atelier onde fazia cerâmica também descartava as peças que trincavam. Mas eu tinha uma professora que dizia que deveríamos olhar as coisas com outra estética: a do imperfeito.
Concordo. Se nós não somos perfeitos, porque exigir isto dos outros.
Por isto, coloquei a idéia em prática hoje mesmo.
Espero que as orquídeas crescam e florescam logo, que o meu pequeno obedeça um pouquinho mais e que eu sobreviva à minha imperfeição se ser mãe;-)
Beijoca