Antes de colocar a derradeira postagem da série 10 pequenas coisas que transformam a casa em lar vou abrir um parênteses/confessionário que também explica o hiato de duas semanas entre a nona e a décima postagem.
Comecei esta série inspirada no processo da montagem de uma casa do zero – no caso minha casa de campo.
Agradeço ter mais do que um teto para chamar de meu, este é um grande – e porque não dizer, enorme privilégio – que veio com muita luta, muito trabalho, muito suor e trouxe um novo questionamento, novos desafios de como fazer muitas coisas novas, como priorizar o que fazer e o que não fazer. Foi aí que surgiu a pergunta que nomeou a série: O que torna a casa um lar?
Mais do que móveis, do que objetos, o lar para mim é construído por histórias e sentimentos de proteção, acolhimento, capricho, carinho e, acima de tudo, amor em cada pequeno detalhe. E foram estes pequenos detalhes que começam a explicar e construir a personalidade deste meu novo lar.
Para a escolha do décimo, uma dúvida cruel: são tantas coisas, tantas pequenas delicadezas que compõe o todo, a grande figura feliz. Como destacar a final – e encerrar a série em grande estilo?
Neste hiato das duas semana de mudez eu tive a oportunidade de retornar ao primeiro apartamento que morei com meu marido. Ao contrário do vigésimo andar e da vida no campo, era um espaço pequeno (30 metros quadrados), divididos em três cômodos em uma capital bem cinza. Minha máquina de lavar roupas ficava posicionada em frente ao vaso sanitário – e cumpria dupla função: lavar e acomodar as revistas que invariavelmente paravam por lá. Os tempos eram outros e certamente eu não tinha o orçamento elástico de hoje para acomodar meus mimos e caprichos: porém da mesma forma que faço agora, passados 11 anos, eu também buscava uma identidade, pequenas coisas para chamar de minhas, para caracterizar o espaço como meu (lar).
E nesta viagem no tempo lembrei claramente do que fazia a diferença e tive a certeza de que este seria o fechamento de ouro para a série: flores!
Não importa de onde sejam, da floricultura mais cara ou do terreno baldio vizinho. As flores realmente fazem a diferença e dão a sensação de que você tem alguém para cuidar (e para cuidar de você, afastando toda e qualquer energia negativa), para sorrir assim que você chega em casa e fazê-lo sorrir.
A primeira coisa que gostei na casa de campo foi o pequeno quintal gramadinho. Com o vigésimo andar, eu ganhei floreiras em quase todas as janelas. Mas foi o apartamento de 30 metros quadrados que me mostrou o quanto as flores faziam a diferença em minha vida.
Eu não tinha orçamento para comprar nenhum vaso de flores. Um dia, visitando uma amiga, vi que elas tinham uns gerânios largados na floreira da sacada. Meu pedido de alguns galhos para fazer mudas por estaquia foi logo atendido; arranjei dois vasos e foi assim que me virei. Ao final dos 18 meses que morei no quarto/cozinha/banheiro, os gerânios haviam se desenvolvido e florescido – e, com certeza, me fizeram muito feliz e tornaram aquela casa meu lar.
Beijo grande
A série de postagens “10 pequenas coisas que transformam a casa em lar” está inteira resumida aqui. Basta clicar em cada um dos links: 1 ,2 , 3 , 4 , 5 , 6 , 7 , 8 , 9 ,10