Os primeiros dias do ano trazem para mim um sentimento ambíguo. Depois do Natal, do Reveillòn temos, claro, os ventos de renovação, de possibilidades infinitas e as forças do início a nos dar esperanças. Aquela ideia de começar com o pé direito é a constante. Por outro lado eu, particularmente, me sinto muito cansada física e mentalmente. É uma espécie de “ressaca” das festas do final de ano, onde desejei tanto, arrumei tanto, trabalhei tanto que acabo cansada e pouco inspirada.Mas como em todos os ciclos, levantamos, sacudimos a poeira e damos a volta por cima, certo?
Outro dia, zapeando pela TV caí no meio de uma entrevista da Martha Medeiros no qual ela dizia algo como “eu escrevo sobre o cotidiano, por isto preciso viver para trabalhar “. Longe de mim ser uma Martha Medeiros, mas me identifiquei de imediato porque também preciso viver para fazer o que faço. Preciso lavar a louça para ter lembrar de quando devo lavar os copos ou encarar um pote de sorvete bem duro para lembrar como mais rápido servi-lo para um monte de crianças sedentas. São os eventos do dia a dia que em definitivo alimentam a minha vida, os meus anos.
Este é o meu plano para este ano que começa: viver. Não me deixar levar pela rotina massacrante. Ser mais leve e viver os dias, um de cada vez.
A vida do outro lado da tela continua – para mim e para você. Dia 6, farei o sorvete de romã e desmontarei a árvore. Lembrarei de enrolar os piscas em rolos vazios de papel toalha ou algum pedaço de cartão mais firme – fiz isto no ano passado, quando tirei estas fotos, e comprovei que minha vida ficou muito menos embolada quando montei a árvore deste Natal.
A vida passa apressada se a gente quer.
Mas pode sempre recomeçar ao nosso bel prazer.
Feliz 2013!
Beijo grande