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aprendendo com a Doris


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Muitas vezes, infelizmente, a gente se deixa levar pela correria da vida. Uma coisa louca, quando fazemos muito e produzimos pouco. Tinha mandado emoldurar estas gravuras em julho, na minha loja preferida, que fica lá em Americana. Passei longos minutos escolhendo as molduras diversas, os passe partouts,  e sonhava com o arranjo pronto. Há mais de 20 anos tinha estas gravuras e ensaiava em enquadrá-las – mas este ano eu havia tomado a decisão de transformá-las em quadro.

Isto em julho. Estamos no final de Outubro, os quadros já estavam prontos há um bom tempo e nada de pendurá-los. Ganchos adesivos, pregos ou buchas? Penduro no apartamento ou na casa de campo? O que será da minha vida? Penduro os quadros só depois de decidir quem sou eu? As dúvidas angustiam e nos engolem – se assim permitirmos.

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(foto: Valentino Fialdini)

Conhecia a Doris Sochaczewski da vida internáutica há tempos. Em Novembro do ano passado, nos conhecemos pessoalmente. Ela tinha decidido mudar-se de São Paulo para a Italia, mais precisamente para a região da Úmbria, e estava vendendo seu carro. Eu, na mesma época, queria comprar um carro do modelo do dela. Conversamos no domingo pela manhã e à noite havíamos fechado negócio. Além do carro, nosso encontro rendeu boas conversas entre nós, acompanhadas dos cônjuges, e até um jantar.

Em meio aos nossos papos, descobri que além de proprietária da loja de sonhos “Coisas da Doris“, ela era aficionada pelo bem viver. O Valentino, marido da Doris, confidenciou que ela sempre arrumava os quartos de hotéis por onde passavam, dando um toque pessoal para a estadia.

Por este motivo não me surpreendi ao ver as fotos do apartamento alugado no qual eles estão morando agora, em Todi, enquanto que a nova casa, a Locanda di Doris, não fica pronta. O espaço, temporário, está totalmente decorado e aconchegante com a personalidade e o coração dos seus moradores. Dá gosto de ver!

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(foto: Valentino Fialdini)

Obras de arte do casal que faziam bonito no apartamento de São Paulo, como o quadro da Sininho e a cadeira com as pernas cruzadas, fazem bonito no apartamento do primeiro andar (sem porteiro) mas que abriu as portas a uma vida completamente diferente para ambos.

Mais do que a figura leve e agradável da Doris, das suas tiradas divertidas e sempre bem humoradas, me encanta o modo com o qual ela encara a vida e a beleza do morar.

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(foto: Valentino Fialdini)

Não importa se é temporário, passageiro, novo ou velho. O lugar onde moramos merece nossa atenção. E amor. E se depois de sairmos sobrarem os furos nas paredes? Sem problemas. Um pouco de massa e uma pintura nova ajeitam tudo. Mais importante é viver nossos dias de acordo com o nosso coração.

E eu aqui enrolando para colocar os quadros na parede…

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Hoje bati uns pregos em companhia do marido e pendurei as gravuras. Cada uma com sua moldura distinta, mas com todas conversando entre si.

Senti uma leveza que há tempos não sentia. Pouco me importa se, depois de alguma reviravolta da vida, esta casa não seja minha daqui uns meses e os buracos fiquem na parede. Mesmo que seja por um dia os quadros serviram ao seu propósito de aquietar meu coração.

Assim aprendi com a Doris, qualquer lugar pode ser o nosso lar.  Ou melhor, nosso lar pode fazer parte da nossa vida independente de onde estejamos.

Um beijo,

flavia

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