Eu já sabia que iria sair na revista Claudia de Setembro desde que tinha fechado os termos da realização do Curso Receber. Mesmo não sendo novidade, no sábado, quando peguei minha bicicleta para ir ao supermercado, tinha em mente comprar a revista para conferir o resultado. Não precisei ir à banca, pois no checkout as revistas já estavam lá, lindinhas, esperando pelos seus compradores. A minha acabou sendo passada com todas as compras, sem a menor cerimônia.
Mas tirei a revista do plástico ainda no estacionamento, procurei pela página onde eu aparecia e voltei pedalando para casa. Quando cheguei, fiz uma graça com o marido e a filha, “deixando” a revista cair no chão justamente na página onde eu aparecia. Todos riram.
Liguei para o meu pai e falei para ele comprar um exemplar para matar as saudades de mim. 😉 Mostrei para a sogra. Mostrei para o filho. Recebi um SMS de uma amiga falando que a filha queria um piquenique como o da foto. E o processo foi assim, cheio de brincadeiras.
Mas hoje fiquei pensando bastante a respeito da história.
Há bem uns 25 anos – ou até mais – minha mãe assinava a revista Claudia. Era um pequeno luxo ao qual ela se reservava. Apesar de não ter dinheiro faltando, o salário de professora da rede pública em meio período também não sobrava muito. E eu era LOUCA, alucinada pela revista. Lembro-me da d. Ornella esconder por um tempo o exemplar que chegava para que eu me concentrasse nos estudos ou em meus afazeres.
Porque quando eu pegava a revista não largava até terminar de ler. Da primeira, até a última página.
E sonhava, sonhava muito no meio daquelas linhas, daquelas fotos. Jamais pensei ser magra o bastante /linda o bastante /fashion o bastante para sair nos editoriais de moda. Também nunca achei ser suficientemente interessante para ser foco de entrevistas, ou perfis, longe disto. Mas eu vivi minha vida, durante muito tempo, através daquelas páginas. Sentia uma calma, um encantamento único, uma paz ao ler cada matéria, cada palavra, ao olhar cada foto. Era bom.
E era simples.
Hoje, me olhando em meio às tais páginas encantadas, eu me estranho. Não tornei-me a musa fashion e magra, nem tampouco a pessoa interessante para se escrever um perfil. É uma página simples, que explica o conteúdo da aula do Curso Receber, ilustrada por lindas fotos. Mas é algo que eu jamais pensei que poderia acontecer nos meus áureos tempos de leitora voraz daquelas revistas Claudia da assinatura da minha mãe.
É engraçado ver por onde a vida por nos levar, que caminhos podemos trilhar mesmo sem ter a menor ideia do que virá pela frente. Sonhar, ousar e acreditar são importantes. E tão encantadores quanto os momentos que a garota de 10, 12 anos tinha quando ficava mergulhada nas páginas da revista.
Isto também é ser feliz.
Beijo grande
PS: a imagem está em alta resolução – se quiser ler a página, é só clicar nela que será ampliada.